SULidão
Cai, branca, a solidão, a pique
- perpendicular de luz ao plano chão –
encosta-se na calma de uma esquina,
abre os braços ao bafo do Suão,
procura a asa da ave que trina,
pede, sedenta, à nuvem que fique.
Cega de sol e cal, no ar em brasa,
move-se p`las ruas em tormento,
mendiga a parca sombra de um beirado,
derrama-se no chão como um lamento,
abarca a vastidão do descampado,
aceita este infinito como casa.
E quando a lua nasce e o sol se deita
a solidão é cante em voz perfeita.
MMCruz
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home